quinta-feira, 25 de junho de 2015

ORATÓRIA É SUCESSO

ORATÓRIA E SUCESSO
Marlene Monteiro*
A Oratória tem sido definida como a ”arte de falar em público de forma estruturada e deliberada, com a intenção de informar, influenciar ou entreter os ouvintes”. Dela depende o sucesso (ou insucesso) de inúmeras atividades. É indispensável principalmente a chefes de equipes, diretores de empresas, operadores do Direito em geral, professores, políticos e a qualquer apresentador. Daí a necessidade de cursos especializados na formação de oradores, e esses cursos pululam por aí aos montes, ensinando técnicas e mais técnicas relacionadas à boa dicção, à postura física, aos gestos, ao jeito de encarar a plateia ou o interlocutor, entre outras. Há que se admitir, porém, que tais recursos na maioria das vezes se mostram infrutíferos devido a serem sementes de primeira qualidade quase sempre plantadas em solo estéril. Isso se deve ao fato de que o estudante de Oratória deve primeiramente ser eficientemente libertado das “travas emocionais” que são comuns a todas as pessoas. Só então estará apto a  receber os conhecimentos e treinamentos específicos relacionados à Fonoaudiologia e aos aspectos posturais.
Na verdade, o que impede uma pessoa que tenha conhecimento pleno de determinado assunto de expô-lo e defender seus pontos de vista sobre ele de forma clara, precisa, convincente e agradável para a plateia que o escuta? O verdadeiro empecilho da boa oratória pode ser definido em uma única palavra: medo.  Pessoas que são habitualmente desinibidas, se convidadas a se expressar em público, mesmo que esse público seja constituído apenas de conhecidos, amigos e parentes seus, costumam perder-se por completo num mar de temores, achando que não se sairão bem, que serão criticados, julgados, censurados, reprimidos enfim, justamente por aqueles que lhe são mais próximos. Que dizer então, se se tratar de uma plateia estranha? Nessa circunstância, o que mais frequentemente acontece é que o medo assume o comando fisiológico do organismo e atinge as proporções do pânico, manifestando-se sob a forma de tremor, suores frios, dores abdominais, náuseas e outros sintomas semelhantes que, em seu conjunto, levam o indivíduo a uma destas três reações: ou ele se recusa terminantemente a se apresentar, ou tenta apresentar-se mas esquece sua tese e todos os argumentos que a sustentam, o que lhe será extremamente doloroso e ineficaz ou — pior — paralisa-se, tornando-se incapaz de pronunciar uma palavra sequer.  Nas três circunstâncias mencionadas, o resultado é um só: vexame total. Insucesso absoluto. Note-se bem que isso ocorre também a pessoas que possuem boa dicção, bom conhecimento dos usos do idioma e aprenderam técnicas de postura, sementes boas que se lançaram em terra ruim por estar minada pelas ervas daninhas das emoções negativas.
Por essas razões, os treinamentos eficientes de Oratória sempre começam por eliminar esses parasitas, que nada mais são do que falsas crenças plantadas no corpo da pessoa pelos seus pais, parentes e outros educadores, bem como pela cultura em que está inserido e pela herança dos antepassados. Tais convicções inconscientes agem como verdadeiros bloqueios que não permitem o trânsito da comunicação do pretenso orador em rumo da plateia. Mas como adquirimos esses ingredientes nefastos que nos transformam em terreno árido ante as boas sementes?
Analisemos em primeiro lugar a questão da herança biológica. Pesquisas recentes comprovaram que, além dos dados de caráter meramente físico, nosso DNA carrega informações de todas as emoções alegres ou tristes vividas por todos os nossos ancestrais desde o início dos tempos. Esses informes estão contidos em cada uma dos trilhões de células que compõem o corpo humano e aí continuarão a menos que sejam deliberadamente substituídos por outros, o que é possível mediante os poderosos recursos da Psicologia contemporânea. Outras vezes adquirimos essas mazelas mentais por terem sido plantadas em nós pela cultura dominante em nosso país e, portanto, em nossa educação. No mundo ocidental, tradicionalmente nos ensinam a existência de um “pecado original”, o que vale dizer-nos que “somos maus de nascença”, além de enfiar-nos goela abaixo, mediante a ameaça de punições eternas, religiões que nos convencem a cada dia de nossa maldade congênita e de nossa culpa perante a existência. Religiões recheadas de dogmas, defensoras teoricamente do monoteísmo, mas que sempre apresentam na prática a existência de dois deuses: um do bem (Jeová, Alá, Jesus ou simplesmente Deus) e outro do mal, o Diabo, Satanás ou Lúcifer. Esse maniqueísmo cultural assimilado por nossos pais os levou  a  educar-nos por meio de métodos repressivos, cruéis, humilhantes, vingativos e injustos, à imagem e semelhança do deus que traziam em suas mentes.
Assim, no momento em que o indivíduo vai-se apresentar perante uma plateia, vêm à tona as emoções negativas que se gravaram em seu corpo por meio de atos e palavras tais como “Cala a boca, menino!”, “Veja como você fala!”, “Engula esse choro!”, “Vou tapar-lhe a boca com um murro!”, “Se der um pio, vai-se arrepender!” e tantas outras frases e cenas que assomam INCONSCIENTEMENTE, Isto é, a pessoa não sabe que elas estão presentes. O indivíduo recua no tempo e age exatamente como o menino acuado fez no passado: encolhe-se, esquece, anula-se. É assim que os bloqueios ou emoções negativas atuam.
Por tudo isso é imprescindível que a primeira parte de qualquer curso que pretenda formar oradores de sucesso seja ministrada por um profissional da Psicologia, não apenas legalmente habilitado, mas que seja qualificado também para fazer com que o aluno mergulhe no próprio inconsciente e de lá traga à tona todos os seus medos.  Nessa hora, por meio dos recursos da hipnose e da programação Neurolinguística, além de outros que sua experiência lhe proporcionar, tal profissional conduzirá o estudante, da forma mais adequada, à compreensão e consequente eliminação das ervas daninhas que lhe povoavam o ser. 
Extirpado o joio, agora, sim, é chegado o momento de transmitir ao indivíduo todas as técnicas da boa comunicação, da dicção perfeita, da postura conveniente e outros tantos recursos que enriquecerão sua capacidade, desta vez semeados em terra boa e que — a experiência nos demonstrou incontáveis vezes — sempre acabam por produzir os melhores frutos: chefes e diretores empresariais bem sucedidos, advogados vitoriosos, professores eminentes e homens públicos vencedores, enfim, profissionais plenamente realizados.  Gente capaz de falar com clareza a qualquer público, transmitindo confiança, convicção, num discurso fluente e influente, convincente e motivador. Isso é Oratória.
*Marlene Monteiro é Psicóloga, Psicoterapeuta e Hipnóloga, Master e Trainer em PNL, com certificação internacional, e membro da Comunidade Mundial de Programação Neurolinguística.




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