A
Oratória e os Advogados
Por psicóloga Marlene Monteiro*
Os operadores do Direito, mais do que ninguém, precisam saber
expressar-se em público para expor suas razões nas audiências, na sustentação
eficiente de suas teses perante os tribunais, no relacionamento com seus
clientes, nas reuniões com seus parceiros de profissão, em palestras e
conferências, ou ante os meios de comunicação.
Diante das dificuldades de expressão, é comum que o advogado busque
socorro em manuais ou em cursos que enfatizam a necessidade de falar com
naturalidade, de forma tranquila, segura, apresentando para tanto métodos e
“técnicas” de posturas, dicção, gestos e outras armas sem dúvida indispensáveis
ao bom orador.
Todavia, esse arsenal técnico com frequência se mostra incapaz de
solucionar o problema, de vez que este tem raízes emocionais poderosas,
absolutamente independentes de qualquer atitude consciente. Tais raízes, além
do mais, estão profundamente arraigadas no inconsciente do pretenso orador, não
permitindo, em definitivo, que ele seja bem sucedido quando se apresenta o
momento da expressão.
Assim, qualquer solução que se proponha para a questão da oratória
eficaz do advogado será absolutamente inócua, se não levar em conta o necessário
desmonte dos mecanismos de inibição plantados em seu inconsciente de modo geral
desde os tempos da infância.
Eliminar de forma definitiva os traumas geradores do pânico que assola
as pessoas na hora de falar em público é o primeiro e imprescindível passo para
que se consiga sucesso na arte da Oratória, sabidamente o grande diferencial
entre os “advogados de verdade” (tão raros) e os meros bacharéis em Direito
(tão comuns). Quaisquer tentativas que ignorem essa realidade estarão
irremediavelmente fadadas ao insucesso.
Ser um bom orador, no caso do advogado, significa conquistar a confiança
dos ouvintes, sejam eles clientes, juízes, promotores, jurados ou jornalistas.
E a obtenção dessa capacidade passa necessariamente por um treinamento de
Oratória que seja ministrado por profissionais da Psicologia deveras capazes de
extirpar os diversos bloqueios que afligem o indivíduo. Só depois dessa medida
é que devem ser fornecidas as decantadas “técnicas” de Oratória, bem como a
conquista, ou reconquista, do domínio do idioma, marcas tradicionalmente
registradas da excelência no campo do Direito.
*Marlene Monteiro é Psicóloga, Psicoterapeuta e Hipnóloga,
Master e Trainer em PNL, com certificação internacional, e membro da Comunidade
Mundial de Programação Neurolinguística.www.marlenemonteiro.com.br
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