A morte é senhora de
nossa transição, porém, não nos arranca de nossos conflitos, nem tampouco de
nossos sentimentos, das virtudes alcançadas, das lembranças enquanto
instrumentos de nossa própria manifestação...
Antes da morte
julgamos; fazemos especulações sobre nós próprios e sobre os outros. Sem,
entretanto, atingirmos o cerne de nossa verdadeira identidade, porque o que
somos não é apenas a soma de nós próprios no curso das encarnações, mas também
o nosso elo com todas as coisas que se mostram de energia, de fluxo, de magnetismo...
Tudo é texto, tudo é imagem, tudo é cultura, tudo é som, tudo reflete o que
tocou, em tudo está  a memória do tempo,
dos séculos, da vida inteira do ser humano.
Ser parece ser
indivíduo, quando, em verdade não tem começo nem fim no que tange a sua essencialidade.
Assim, quando se
morre, morre também consigo parte de um todo, de uma cultura, o ponteiro do
relógio não é o relógio, mas para ele o que é aquele outro?
Não se trata de mera
exposição em torno da teoria gestáltica; em verdade a forma da Gestalt não
alcança o montante da fenomenologia que nos cerca em dimensões inimagináveis,
incomensuráveis e complexas, uma vez que passado, presente e futuro são
co-partícipes desse mesmo construto...
O que tratamos hoje
tem raízes no ontem, porém, o que tratamos hoje tem a ver com o amanhã pleno e
já existente na memória do Arquiteto.
Nossas viagens não
restringiam a percepção a mera imersão no psiquismo coletivo do Egito, da
América Pré-Colombiana; além, muito além de Berth Hellinger, nossa constelação familiar
se exprimia no pai, mãe, filho, irmão não somente deste círculo atual de
experiências consangineas...
Nosso método plural,
universalista, foi o resultado desse conjunto que reunia a percepção da
individualidade no caleidoscópio das experiências extracorpóreas; com os nossos
antepassados, com nossa sensitividade, com uma regressão que  nos facultasse não a especulação curiosa, mas
a construção do Self pela percepção desse todo que nos contém tal como o contemos
em nós mesmos...
Mas, não estamos aqui
para uma exposição teórica, que nos consumiu os anseios e sonhos de compreensão
do ser humano – esfinge curiosa e indecifrável, tanto quanto a Mente Cósmica...
A nossa herança; a
nossa bagagem trouxemos para cá, deixando aos co-partícipes, nossos instrutores,
o resultado de nossos alcances...
Mas, a quem pertencem
tais idéias, quando agora se descortina todo um imenso novo de descobertas, uma
vez que tudo quando saibamos da morte, ainda assim não a dominamos; inclusive
quanto a expressão de um idioma que não dominamos, mas que se retraduz no
psiquismo paranormal.
Não desejaríamos que
houvesse disputa pelo que é patrimônio da humanidade, pois, se eu, “terapeuta
do deserto”, desejasse tomar para si tudo quanto colhemos no livro da vida,
estaríamos, por nossa vez, usurpando do próprio universo o que apenas
percebemos, organizamos e selecionamos para a sistematização do nosso
pensamento...
Cada um seguirá agora
o curso que lhe couber, contando com a minha alegria na preservação dos
princípios fundamentais; os paradigmas inamovíveis do nosso processo
terapêutico...
Agora, mais que me
deter na preocupação relativa ao destino do que arquitetamos enquanto teoria,
preciso dar forma ao que me falta compreender através da pesquisa da vida que
persiste em mim...
Não negligencio, uma
vez que os orientadores que me inspiraram tal forma de compreensão da realidade
psicológica humana estão a me afirmar quanto à necessidade de que continue a
conduzir os cursos e experiências coletivas de regressão que devem ser
mantidas, assim que me recupere de todos os efeitos do meu desencarne.
Peço, através do
pensamento que este texto seja conduzido às mãos de Caroline e Vera Oliveira,
na conta de compartilhar de percepções de que dê instrumento quanto a quaisquer
decisões materiais que não mais me cabem...
Reflito apenas quanto
ao alcance de nossos processos terapêuticos quanto à sua viabilidade em
alcançar o sofrimento daqueles que não possam pagar por ele.
Agradeço a lembrança,
a amizade, a aplicação... enfim...
                                                                                                                        Roger woolger
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