quinta-feira, 11 de junho de 2015

A morte é a senhora de nossa transição

A morte é senhora de nossa transição, porém, não nos arranca de nossos conflitos, nem tampouco de nossos sentimentos, das virtudes alcançadas, das lembranças enquanto instrumentos de nossa própria manifestação...
Antes da morte julgamos; fazemos especulações sobre nós próprios e sobre os outros. Sem, entretanto, atingirmos o cerne de nossa verdadeira identidade, porque o que somos não é apenas a soma de nós próprios no curso das encarnações, mas também o nosso elo com todas as coisas que se mostram de energia, de fluxo, de magnetismo... Tudo é texto, tudo é imagem, tudo é cultura, tudo é som, tudo reflete o que tocou, em tudo está  a memória do tempo, dos séculos, da vida inteira do ser humano.
Ser parece ser indivíduo, quando, em verdade não tem começo nem fim no que tange a sua essencialidade.
Assim, quando se morre, morre também consigo parte de um todo, de uma cultura, o ponteiro do relógio não é o relógio, mas para ele o que é aquele outro?
Não se trata de mera exposição em torno da teoria gestáltica; em verdade a forma da Gestalt não alcança o montante da fenomenologia que nos cerca em dimensões inimagináveis, incomensuráveis e complexas, uma vez que passado, presente e futuro são co-partícipes desse mesmo construto...
O que tratamos hoje tem raízes no ontem, porém, o que tratamos hoje tem a ver com o amanhã pleno e já existente na memória do Arquiteto.
Nossas viagens não restringiam a percepção a mera imersão no psiquismo coletivo do Egito, da América Pré-Colombiana; além, muito além de Berth Hellinger, nossa constelação familiar se exprimia no pai, mãe, filho, irmão não somente deste círculo atual de experiências consangineas...
Nosso método plural, universalista, foi o resultado desse conjunto que reunia a percepção da individualidade no caleidoscópio das experiências extracorpóreas; com os nossos antepassados, com nossa sensitividade, com uma regressão que  nos facultasse não a especulação curiosa, mas a construção do Self pela percepção desse todo que nos contém tal como o contemos em nós mesmos...
Mas, não estamos aqui para uma exposição teórica, que nos consumiu os anseios e sonhos de compreensão do ser humano – esfinge curiosa e indecifrável, tanto quanto a Mente Cósmica...
A nossa herança; a nossa bagagem trouxemos para cá, deixando aos co-partícipes, nossos instrutores, o resultado de nossos alcances...
Mas, a quem pertencem tais idéias, quando agora se descortina todo um imenso novo de descobertas, uma vez que tudo quando saibamos da morte, ainda assim não a dominamos; inclusive quanto a expressão de um idioma que não dominamos, mas que se retraduz no psiquismo paranormal.
Não desejaríamos que houvesse disputa pelo que é patrimônio da humanidade, pois, se eu, “terapeuta do deserto”, desejasse tomar para si tudo quanto colhemos no livro da vida, estaríamos, por nossa vez, usurpando do próprio universo o que apenas percebemos, organizamos e selecionamos para a sistematização do nosso pensamento...
Cada um seguirá agora o curso que lhe couber, contando com a minha alegria na preservação dos princípios fundamentais; os paradigmas inamovíveis do nosso processo terapêutico...
Agora, mais que me deter na preocupação relativa ao destino do que arquitetamos enquanto teoria, preciso dar forma ao que me falta compreender através da pesquisa da vida que persiste em mim...
Não negligencio, uma vez que os orientadores que me inspiraram tal forma de compreensão da realidade psicológica humana estão a me afirmar quanto à necessidade de que continue a conduzir os cursos e experiências coletivas de regressão que devem ser mantidas, assim que me recupere de todos os efeitos do meu desencarne.
Peço, através do pensamento que este texto seja conduzido às mãos de Caroline e Vera Oliveira, na conta de compartilhar de percepções de que dê instrumento quanto a quaisquer decisões materiais que não mais me cabem...
Reflito apenas quanto ao alcance de nossos processos terapêuticos quanto à sua viabilidade em alcançar o sofrimento daqueles que não possam pagar por ele.

Agradeço a lembrança, a amizade, a aplicação... enfim...
                                                                                                                        Roger woolger

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